Lá nos primórdios, os mapas eram feitos a partir de observações visuais, a olho nu, transcritas no papel de modo a poder guiar os próximos viajantes no percurso.

Quando fazemos um mapeamento linguístico, partimos do mesmo princípio: reunir informações, organizá-las de modo visual para que possam ser facilmente consultadas e interpretá-las. Tudo isso para se ter uma ideia melhor e mais exata da nossa geografia das palavras antes de iniciar viagem.

No caso do trabalho com as línguas de herança, mapear os usos linguísticos da família é um ponto de partida importante para definir que trajeto percorrer. Essa é uma das metodologias de trabalho que aplico ao assessorar as famílias em seu projeto de transmissão linguística à próxima geração.

Para isso, combino técnicas de pesquisa quantitativa das ciências sociais aplicadas e algumas ferramentas que eu mesma desenvolvi – soa complicado, mas é uma delícia para quem participa do processo. Afinal, o mapeamento linguístico familiar é o começo de uma viagem de autoconhecimento com descobertas muito especiais pelo caminho.