Neste sábado, 23 de março, darei esta oficina mais que especial no Instituto Singularidades, em São Paulo.

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DESCRIÇÃO DO EVENTO

Com o Brasil ganhando destaque nos últimos anos como destino receptor de migrações, em especial nos grandes centros urbanos, esta oficina aborda um dos principais desafios dos educadores que se deparam com o perfil do aluno migrante, refugiado ou estrangeiro: a acolhida inicial no sistema escolar. Como conduzir a adaptação do aluno (e do entorno) para recebê-lo? A oficina apresentará aos participantes alguns conceitos-chave relacionados à acolhida e às línguas de herança, bem como um exercício prático, inspirado em perfis de alunos reais, que provoca a reflexão em grupo para encontrar caminhos criativos e colaborativos para a acolhida. Parte da proposta está inspirada no modelo de acolhida linguística da Catalunha, região da Espanha que utiliza uma língua minoritária, o catalão, no sistema escolar, e onde cerca de 20% dos alunos são nascidos no exterior.

Público

Professores de Ensino Fundamental e Médio e interessados em geral.

Objetivos

– Sensibilizar o educador para os desafios enfrentados por alunos não falantes de português, ou com conhecimentos limitados no idioma, que devem ingressar no sistema escolar brasileiro.

– Apresentar estratégias para que o educador conduza a acolhida inicial desses alunos em sala de aula.

– Provocar o educador a encontrar soluções criativas para o desafio da acolhida e a presença de línguas de herança entre o repertório dos alunos, assumindo protagonismo como agente transformador atuante na comunidade escolar dentro e fora de sala de aula.

– Refletir sobre as expectativas dos educadores sobre o percurso de aprendizagem de tais alunos no momento inicial de entrada no sistema escolar.

Metodologia de trabalho

– Exposição de conceitos teóricos chave relacionados ao tema: plurilinguismo; superdiversidade; heterogeneidade; acolhida linguística; línguas de herança.

– Trabalho em grupo: serão entregues fichas com diferentes perfis de alunos que irão ingressar no sistema escolar brasileiro e os participantes serão responsáveis por recebê-los na comunidade escolar. Os participantes deverão discutir estratégias de como acolhê-los em sala de aula. Quais os desafios? Quais os recursos já existentes no ambiente e comunidade escolar que podem ajudar a conduzir essa primeira acolhida? Como o professor pode se preparar e ajudar o entorno a se preparar para esse momento?

– Partilhas das reflexões dos grupos e encerramento.

Docente Andreia Moroni

Andreia Moroni (Campinas, 1981) é doutora em Linguística Aplicada pela Unicamp e em Estudos Linguísticos, Literários e Culturais pela Universidade de Barcelona (Espanha). Desde 2009, pesquisa e atua com o português como língua de herança, acompanhando e orientando famílias plurilíngues nos desafios relacionados ao uso das línguas. É pesquisadora colaboradora do Centro de Pesquisa em Sociolinguística e Comunicação (Centre de Recerca en Sociolingüística i Comunicació, CUSC) da Universidade de Barcelona, tradutora e autora de livros infantis adotados pelo Programa Nacional de Bibliotecas Escolares (PNBE). Foi uma das fundadoras da Associação de Pais de Brasileirinhos na Catalunha (APBC), onde atualmente ministra aulas de português como língua de herança para crianças. Mora em Barcelona onde alterna regularmente o uso de quatro idiomas em seu dia a dia.